Este conto relata um evento particular, mas, alé, disso, constitui um caso exemplar do que seriam as limitações da felicidade humana ou a lógica caprichosa do destino.
Os relatos de Cícero são exemplos de situações diversas: desapego em relação aos bens materiais e ironia diante das pequenas mentiras da vida cotidiana.
Nesse conto, o autor apropria-se habilmente do mito e a partir do mito elabora um texto que exprime elementos da sua - nossa - própria cultura, oferecendo um novo significado (uma re-significação). Em gera, isso ocorre a serviço da crítica à sociedade de classes.
Polícrates, cujo próprio nome significa “o que tem muitos poderes”, foi um governante extremamente rígido, cruel. Astuto, fortaleceu seu reinado por meio de uma série de alianças. Comandou frotas e ergueu grandes obras, entre elas um aqueduto conhecido em toda a Grécia e um dos mais famosos templos de Hera.
Na vida do tirano nada fracassava. Isso atraiu a atenção de um de seus aliados, Amásis, faraó do Egito. Desconfiado do excesso de sorte, alertou o amigo de que tanta alegria poderia causar inveja aos moradores do Olimpo. Para aplacar qualquer possibilidade de retaliação, palpitou, o rei de Samos devia fazer um sacrifício e ofertar aos deuses o bem que mais apreciava.
Polícrates assim fez, lançou seu anel ao mar. No entanto, decorridos alguns dias, a jóia reapareceu diante do soberano durante um banquete. Tinha sido engolida por um peixe que, trazido à cozinha real pelos pescadores de Samos, transformou-se na iguaria servida ao rei.
Sentindo-se feliz, imediatamente correu ao faraó para contar-lhe o ocorrido. Amásis, porém, interpretou o retorno do anel como um sinal maligno. Desfez imediatamente seu trato com o soberano grego. Nenhum homem pode contar com sorte incondicional, muito menos gabar-se dela, pois não é dado aos humanos uma vida sem desespero.
Ao que tudo indica, Amásis estava certo. Tempos depois, Polícrates morreu assassinado de forma cruel. Foi traído e empalado[ver abaixo a definição de empalamento). Nem seu corpo inerte teve descanso, vítima de crucificação.
Empalamento: Trata-se de uma técnica de tortura ou execução antiga que consistia em espetar uma estaca através do ânus até a boca do condenado, até levá-lo à morte, deixando um carvão em brasa na ponta para mesmo que chegue até a boca do condenado não morresse até algumas horas depois de hemorragia. Usava-se também cravar a estaca pelo abdômen (umbigo).

pau
ResponderExcluirno seu
ResponderExcluirc#
ResponderExcluirEnfia no seu que tá mais aberto
Excluirola vc me ajudou a ganhar nota no colegio obrigado de coracao
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